O Novo Batlhão
![]() | O Novo Batalhão na Bósnia | ![]() |
1996 | IFOR |
O 3º BIAT
Batalhão Aero-Transportado
As Primeiras Notícias do 3º BIAT
No dia 23 de Maio foi celebrado em Tancos o dia da Unidade da Escola de Tropas Aero-Transportadas (ETAT). E o 3º BIAT oriundo da ETAT esteve presente numa parada de honra. Nos primeiros dias de Junho cerca de 200 soldados do 3º BIAT partirão para a Bósnia para render em igual numero os soldados do 2º BIAT que estiveram presentes na Bósnia desde o inicio da missão Portuguesa . | ![]() Escola de Tropas Aero-Transportadas |
– O 3º BIAT a caminho da Bósnia.
No dia 5 de Junho o primeiro grupo de 200 soldados do 3º BIAT partiram para a Bósnia.
Com estes novos elementos do 3º BIAT iniciou-se a rendição do 2º BIAT.
Os soldados que seguiram para a Bósnia receberam treino especial relacionado com os perigos das minas, afim de evitar mais incidentes com esse tipo de ameaça.
O Comandante do 3º BIAT, o Ten.Cor Saraiva, é um veterano na Bósnia, que serviu durante um ano como Monitor na Missão de Monitores Militares para a Bósnia da Comunidade Europeia ( ECMM ) no inicio da Missão da UNPROFOR nesse país.
O 3º BIAT esta totalmente operacional na Bósnia no princípio do mês de Agosto. E nos próximos dias 25 de Julho e 15 de Agosto, decorrerão as próximas etapas na rendição dos elementos do 2º BIAT.
A missão do 3º BIAT
– Primeiro grave incidente com forças militares servias.
No dia 10 de Junho, tropas portuguesas e soldados servios envolveram-se num pequeno incidente na Bósnia mas sem quaisquer consequências.
Uma patrulha portuguesa, sob o comando do Ten. Rosa no decorrer de uma missão de rotina, deparou com inesperadas forças armadas servias ( VRS ) treinando na área de Zepa, no extremo norte da área sob controlo das forças multinacionais da IFOR, próximo da linha de fronteira com a área da responsabilidade do contigente norte-americano.
Depois de alguns momentos de tensão entre portugueses e servios, a situação regressou à normalidade.
De facto, as tropas servias estavam autorizadas pelo comando da IFOR a efectuar treinos nessa área. Não foi a primeira vez que as tropas portuguesas se envolveram com forças armadas servias.
Mas até à data, sem consequências.
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Patrulha portuguesa |
– Dia 20 de Junho de 96, notícias principais do site da NATO : A Missão da IFOR . O comando da IFOR pretende pôr fim as escoltas armadas ao tráfego na estrada que liga o enclave Muçulmano de Gorazde a Sarajevo.
A AFP, Agencia noticiosa France Presse), dia 19 de Junho: o porta voz da IFOR declarou que a IFOR irá pôr fim às escoltas armadas da estrada que liga Sarajevo e o enclave Bósnio de Gorazde através do território Servio-Bosnio no este da Bósnia.
O porta voz indicou que a segurança da estrada Sarajevo-Gorazde estava desde já assegurada e não necessitava de mais escoltas armadas, e que todas as escoltas iriam acabar a partir do dia 28 de Junho, mas sublinhando que a IFOR continuaria a monitorizar a estrada, com forças militares e policias civis da ONU.
Estas missões eram realizadas pelos soldados portugueses desde o inicio da sua presença na Bósnia.
Mais tarde, no dia 28 Junho de 96 o comando da IFOR na Bósnia confirmava que essas missões tinham sido definitivamente canceladas.
E presentemente a IFOR só continuava a monitorizar a circulação nessa estrada, como o tinha previamente anunciado.
![]() | ![]() A cidade Bósnia de Gorazde |
– Soldados Portugueses feridos por bala.
Dois soldados portugueses do BIA ( Batalhão de Infantaria Aerotransportado ) ficaram feridos na Bósnia na sequência de um incidente com arma de fogo.
Este incidente ocorreu as 5h 20, no dia 23 de Junho em Vitkovici. Os soldados Armindo Borrego Lopes e Nelson Ferraz Marques , foram de imediato assistidos pelo médico da unidade em Rogatica, e mais tarde evacuados para o Hospital Militar Italiano de Sarajevo para cirurgia e observação.
Este incidente ocorreu quando o soldado Lopes, que se encontrava de serviço manejava a sua arma realizando os procedimentos de segurança da sua arma, uma pistola Valther P-38 de 9mm, e acidentalmente disparou uma bala.
O projéctil atingiu a sua mão esquerda, e a sua perna esquerda, e ainda feriu o soldado Marques na sua perna direita.
Não correndo perigo de vida, os dois militares estarão de novo ao serviço daqui a uns dias.
Os dois soldados serviam na Companhia 22, como parte integrante dos primeiros elementos do 3º BIAT.
– Coluna Militar Portuguesa debaixo de fogo.
No dia 7 Julho as 18h 42, próximo de Podromanja, no decorrer de uma escolta uma coluna portuguesa de abastecimentos proveniente de Sarajevo com destino a Rogatica, em território servio-bosnio, registou-se disparos de armas ligeiras em direcção à coluna portuguesa.
Os soldados portugueses ripostaram de imediato aos tiros, disparando com armas ligeiras e metralhadoras em direcção a proveniência dos tiros.
Não se registou qualquer baixa ou feridos nas tropas portuguesas, só se registando danos numa viatura portuguesa atingida pelos tiros.
Até à data, desconhece-se a identidade dos agressores.
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Militar Português no decorrer de uma escolta armada |
– Soldados Portugueses apreendem armamento militar não autorizado.
No dia 14 de Julho às 17:00, soldados portugueses no decorrer de uma inspecção a um voo de helicóptero do governo Bósnio-Muçulmano, proveniente de Zenica com destino a Gorazde, encontraram quatro canhões e 148 projecteis anti-tanque dissimulados na carga do helicóptero.
Esses voos civis estavam autorizados até à presente data. Mas com a descoberta do transporte de armamento não autorizado pelas autoridades bosnias, todos os voos civis da Federação Bósnia foram cancelados até nova data.
– O 3º BIAT em revista.
No dia 24 de Julho de 96, na Escola de Tropas Para-quedistas de Tancos, foi oficialmente entregue o Estandarte e a Bandeira Nacional ao 3º BIAT, o evento decorreu poucos dia depois da realização do mais importante exercício militar do exército, o Exercício ORION-96 no território nacional. No próximo dia 29 de Julho de 96, mais de 200 homens do 3º BIAT irão partir para a Bósnia, acompanhados pelo seu comandante, o TCor. F. Saraiva. No dia 8 de Agosto, o 3º BIAT tomará posse em Rogatica do Q.G. das tropas Portuguesas na Bósnia.
– O Dia do Exército.
No dia 25 de Julho de 96 o 3º BIAT participou no quartel de Sta Margarida numa parada para comemorar o dia do exercito, no decorrer das comemorações, foi ainda entregue a medalha de Prata por Serviço à Pátria, ao Cap. Leite Basto, ferido na Bósnia.
Também foi condecorado com a medalha de bronze, o 1º Sargento Oliveira, pela sua acção de auxílio ao Ten. Pinheiro para o retirar do campo de minas onde tinha ficado ferido.
– Acidente na Bósnia.
O soldado Português – Esteves Fonseca ficou ferido no dia 26 Julho de 96 como consequência dum acidente de viação ocorrido perto da aldeia Bósnia de Praca, três outros soldados também tiveram de ser assistidos mas sem nada de sério.
Não foi a primeira vez que ocorreram acidentes deste tipo. Já no dia da sua chegada a Bósnia, ainda na Croácia, verificou-se um acidente com um blindado Chaimite.
É de referenciar que já se registraram muitos mais acidentes em todos os contigentes estrangeiros presentes na Bósnia.
E, recentemente, o jornal Bósnio Oslobodjenie publicou um artigo intitulado “Danger IFOR” relatando que desde o início de Janeiro as tropas da IFOR envolveram-se em mais de 400 acidentes de viação, do que resultaram 19 mortes e mais de 100 feridos, na sua maioria civis.
Mesmo assim os acidentes no contigente português não foram muitos, o caso mais grave aconteceu em Março e vitimou mortalmente uma criança Bósnia e outra ficou gravemente ferida, atropelados por uma ambulância do BIAT.
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Posto de Controlo português em Ustipraca |
– Incêndio no aquartelamento de Rogatica.
No dia 27 de Julho de 96, um militar português do 2º BIAT na Bósnia, o soldado Jacínto António Carvalho Pacheco, sofreu queimaduras de segundo grau quando ligou o esquentador para tomar banho. Na altura iniciou-se um pequeno incêndio que foi prontamente extinto.
O acidente ocurreu em Rogatica, tendo o militar sido transportado para o Hospital Militar italiano, em Sarajevo, onde foi tratado e se encontra em observação.
Mais tarde, o militar seria transportado para Lisboa.
– A rendição do 2º BIAT.
No dia 28 de Julho de 96, 200 homens do 2º BIAT regressaram a Portugal depois de 6 meses de presença na Bósnia. Foram substituídos por igual número de elementos do 3º BIAT.
No mesmo dia o comandante do 3º BIAT, o Ten.Cor Fernando Saraiva juntou-se às tropas portuguesas na Bósnia, substituindo o Ten.Cor Moço Ferreira. A rendição formal do comando do Ten.Cor Moço Ferreira para o Ten.Cor Saraiva realiza-se em Rogatica no dia 8 de Agosto, sede do Batalhão operacional português, numa cerimónia a que assiste o comandante da divisão italiana, a qual o batalhão português está afecto.
As próximas etapas da rendição do 2º BIAT decorrerão no dia 7 e 12 de Agosto
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Elementos do 3ºBIAT, a sua chegada ao aeroporto de Sarajevo |
– Dia 6 de Agosto novo passo na rendição do 2º BIAT.
70 Soldados do 3º BIAT seguiram para a Bósnia na manhã do dia 6 de Agosto.
Os novos elementos do 3º BIAT partiram de Lisboa, com destino a Sarajevo num Hercules C-130 da Força Aérea Portuguesa.
– Dia 12 de Agosto, o fim da rendição do 2º BIAT.
Na manhã do dia 12 de Agosto, os últimos 200 elementos do 3º BIAT deixaram o aeroporto militar de Figo Maduro ( Lisboa ) com destino a Sarajevo. Esses últimos elementos do 3ºBIAT estarão localizado em Rogatica, vindo render os elementos do 2º BIAT.
O novo Batalhão, terá como principal objectivo supervisionar e assegurar o bom decorrer das eleições que terão lugar no próximo mês de Setembro. Esses novos elementos estarão presentes na Bósnia até ao final da missão da IFOR.
Próximo dessa data, na manhã do dia 13 de Agosto, os últimos 200 soldados do 2º BIAT regressarão a Portugal, depois de terem permanecidos 6 meses na Bósnia.
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Equipamento pessoal a ser decarregado dum C-130 da FAP |
– As forças da IFOR em estado de alerta máxima desde o dia 11 de Agosto.
As forças da IFOR foram colocadas em alerta máxima depois de se ter verificado uma violação dos acordos de Dayton por parte das autoridades militares Servias-Bosnias.
Na manhã do dia 10 de Agosto uma patrulha militar da IFOR foi impedida de proceder a uma inspecção a um depósito de armamento servio nas proximidades de Pale, capital da Republica Servia da Bósnia.
Em consequência, todas as missões de patrulhamento foram canceladas a partir dessa data para prevenir qualquer situação que viesse a pôr em perigo os militares portugueses.
![]() | Insígnia das Forças Armadas Servias-Bósnias ( VRS ) |
– No dia 19 de Agosto, a Operação ” Volcano “.
As forças da NATO iniciaram a destruição de uma grande quantidade de munições e armamento servio-bosnio. Esse material bélico tinha sido apreendido num depósito servio-bosnio localizado na aldeia de Margetici, não autorizado e que até data ( na segunda feira passada ) não tinha sido declarado ao comando da IFOR.
As estimativas indicam que cerca de 15 a 20 toneladas de munições diversas, na sua maioria minas, já tinham sido destruídas. Entretanto a NATO recebeu uma carta do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas Servias-Bosnias, na qual o Gen. Tolimir pedia que a operação Volcano fosse cancelada.
A NATO através de um comunicado do Gen. Walker, indicou que iriam responder à carta, mas que a destruição das munições servias iria continuar.
Os elementos portugueses do 3º BIAT participaram nessa operação providenciando a segurança do comando operacional da IFOR nos locais onde se realizaram as explosões.
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Soldado Português, junto a um helicóptero Norte-americano |
– Operação Mercúrio, dia 2 a 17 de Set de 96.
No dia 14 de Setembro de 1996, realizaram-se as eleições múltiplas na Bósnia-Herzegovina, embora contestadas e muito discutidas foram sem dúvida o ponto mais significativo da aplicação dos acordos de Dayton na missão da IFOR.
O 3º BIAT na Bósnia colaborou intensamente na operação de apoio as eleições, mas para o pessoal do 3º BIAT a “operação Mercúrio” iniciou-se muito antes.
A operação incluiu reconhecimento de itinerários para utilizar nas eleições, transporte e guarda do equipamento para as câmaras eleitorais e dos boletins de voto, segurança geral da área de responsabilidade atribuída durante todo o período eleitoral, segurança de 2 das estradas seguras a utilizar no dia 14 pelos refugiados, transporte e guarda do material após as eleições.
Com a conclusão do acto eleitoral está concluída uma importante fase dos acordos de Dayton.
– O fim previsto da missão do contigente português na Bósnia
A Retirada da totalidade das tropas portuguesas da IFOR na Bósnia poderá acontecer no final de Novembro ou, na pior das hipóteses, a 9 ou 10 de Janeiro do próximo ano.
Tendo em conta que o mandato da IFOR termina a 20 de Dezembro próximo, a retirada das tropas estacionadas na Bósnia deveria ocorrer antes desta data.
Só o adiamento das eleições municipais na Bósnia levou o representante das Nações Unidas, Carl Bildt, a solicitar ao secretário-geral da NATO apoio para o período compreendido entre 14 de Setembro e 20 de Dezembro, de forma a ser prestado apoio às eleições.
– A missão da NATO na Bósnia será prolongada por mais um ano: IFOR II
Declarações do comando geral da NATO no dia 26 de Setembro
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Blindado Português “Chaimite”, frente à Biblioteca de Sarajevo |
– Incidente de viação no dia 6 de Outubro
No dia 6 de Outubro, no decorrer de uma patrulha armada no leste da Bósnia, perto da localidade de Visegrad, deu-se um despiste acidental de um blindado Chaimite que vitimou 2 soldados portugueses, e no qual ainda ficou gravemente ferido um terceiro elemento do 3º BIAT.
As vítimas foram de imediato transportadas de helicóptero para o Hospital Militar francês de Roglovac, mas dois do soldados viriam a falecer, os soldados Francisco Barada e Ricardo Manuel Borges Souto.
O acidente ocorreu cerca das 16h20mn, hora local e teve origem no despiste dum blindado português, quando o seu condutor perdeu o controlo do blindado devido a uma provável avaria mecânica nos travões, que viria a capotar e se despenhar numa ravina.
O ferido, o condutor do blindado, o Sold. Hugo Sousa, sofreu várias fracturas e continua internado no hospital militar francês perto de Sarajevo, mas encontra-se livre de perigo.
Aguarda-se o seu regresso a Portugal nos próximos dias.
Os corpos dos dois soldados falecidos chegaram a Portugal na noite do dia 8 para 9 de Outubro.