Filatelia em Portugal: Glossário, Cinderelas

Filatelia em Portugal: Glossário, Cinderelas

Cinderelas

Notas complementares

 

De SETEMPE, Vol 3. Nº 3, May/June 1998
Ninguém se admirará se pensar que Cinderela é o conhecido nome do conto de fadas. Contudo na «linguagem filatélica» tem um significado completamente diferente.
Como termo filatélico a cinderela refere-se a uma etiqueta que se parece com um selo do correio mas que não foi emitido pela instituição oficial, não tem valor postal ou monetário e não se encontra nos catálogos habitualmente utilizados. São chamadas de cinderela porque são negligenciadas pelo coleccionadores. No entanto pode ser bastante interessante coleccionador e constitui um aspecto interessante da colecção.
Cinderelas inclui selos fiscais, selos de caridade emitidos no Natal ou na Páscoa, etiquetas adesivas do correio aéreo e do correio prioritário, etiquetas que informam de algum acontecimento ou produto especial, etiquetas de correio registado, fiscais, selos de pacotes de correio ou avião. Nobody will blame you if you think Cinderella is the name of a well-known fairy tale. However, in «stamp language» it has a completely different meaning.
As a philatelic term a cinderella refers to a label which resembles a postage stamp, but is not issued by the official Post Office, has no monetary or postal value and is not listed in a standard catalogue. They are called cinderellas because they are neglected by collectors. They can, however, be great fun to collect and form an interesting side collection.
Cinderellas include revenue stamps, charity stamps issued at Christmas or Easter, airmail stickers, priority mail stickers, labels that advertise some special event or product, registered mail labels, fiscals, railway and airmail parcel stamps.
Notícias do dia de hoje em portugal de Boletim Informativo Sociedade Filatélica e Numismática de João Pessoa de Dez 99, «Cinderelas», L. Reginaldo F. Curado
Cinderela é tudo aquilo que parece selo postal mas não é. 0 termo é usado principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, e abrange as chamados «Selos de Natal» (Christmas Seals), das campanhas antituberculose e de saúde em geral, não patrocinadas pelo governo, etiquetas, vinhetas e adesivos e chegou-se até a incluir, erroneamente, as estampilhas fiscais. 0 que distingue as cinderelas dos selos postais é a sua origem particular ou privada, embora haja também as oficiais.
0 seu campo é mais vasto do que a da filatelia tradicional As etiquetas não oficiais vão desde as de propaganda política, turística de eventos esportivos, religiosos, comerciais e industriais, congressos, campanhas filantrópicas, ecológicas, militares ou cívicas, efemérides e homenagens diversas, até as emissões privadas das companhias aéreas do início da aviação, tidas coma semipostais.
Em 1897, para a jubileu de aura da Rainha Vitória da Inglaterra, programou-se um selo comemorativo pela Escócia que foi transformado em uma etiqueta para arrecadar fundos para a Hospital Príncipe de Gales. E considerada a primeira desse género no mundo.
No tempo da I Guerra Mundial tiveram papel importante na propaganda patriótica ou militarista e as nações envolvidas delas se utilizaram também para arrecadar fundos para a Cruz Vermelha e instituições de caridade. Somente as da Alemanha Imperial e da Áustria enchem de ilustrações um alentado volume («Die Kriegsmarken der Zentral Machte – Áustria, 1926) cujo autor, Ferencz Kolbig, levou oito anos para reuni-las e catalogá-las. Na edição inglesa do catálogo («For Gog, Kaiser & Fatherland»), a seu revisor, Alan Jackson, incluiu uma de Pelotas, RS, de 1917 para o Fundo de Ajuda de Guerra Alemão, não listada por Kolbig. As da Inglaterra mostravam suas belonavas.
Do mesmo período são mais conhecidas as do gravador Delandre, para a França e Itália (largamente falsificadas a partir das chapas originais de 1928 em diante).
Nos Estados Unidos e na Europa elas constituíram eficaz veiculo de divulgação de toda espécie de manifestação ligada à filatelia, além de outros acontecimentos. Eram confeccionadas com esmero, geralmente a talho doce, pelas grandes impressoras de selos e dinheiro, em séries por vezes mais atraentes do que os próprios selos postais alusivos ao fato. E o caso das inglesas pelo centenário do selo postal, de maio de 1940 e as da exposição filatélica de 1947, comemorativa do centenário dos primeiros selos postais norte-americanos, nas quais aparece o Imperador D. Pedro II.